Será que é possível decifrá-lo?
Quando o Imperador Carlos Magno defendeu o papado do recém eleito Leão III, e por ele foi coroado, entre os presentes destinados ao novo líder de Roma existia um curioso livrinho, chamado Enchiridion, de escrita atribuída ao novo Papa.
Segundo Eliphas Levi, em seu ‘História da Magia’, este livro “encerra as mais belas preces Cristãs e os mais altos caracteres da Cabala”.
De acordo com Eliphas, além de conter uma coletânea de preces, chaves e símbolos religiosos e espirituais misteriosos, o tal “livrinho” continha os elementos básicos de uma tradição muito antiga, da qual ele reflete ser recomendável não desdenhar. Ele resumiu esta tradição em 4 pontos:
O livro revela a existência de uma tradição antiga e universal que concilia os segredos da natureza e da graça, da ciência e da fé, porque apenas juntas, sendo ambas filhas de Deus, podem esclarecer verdadeiramente a inteligência do ser;
Mas reforça também a necessidade de ocultar esta revelação, para que ela seja encontrada apenas por buscadores verdadeiros e honestos, pois nas “mãos do vulgo” a má interpretação ou mal uso da revelação pode ter efeito contrário, levando a ignorância e a obscuridade;
Diz claramente que esta revelação é transmitida através de uma tradição secreta, passada de boca a ouvido, apenas aqueles que se fizeram eleitos para recebê-la;
Por fim, que os sinais, símbolos e segredos ali contidos só serão conhecidos e compreendidos por estes adeptos.
Levi ainda diz em sua obra que “o soberano proprietário deste livro e dele sabendo dignamente servir-se, devia ser o senhor do mundo”, pois se tornaria senhor de si mesmo.
É invevitável pensar, para mim pelo menos, ao ler os textos sagrados das distintas religiões e a própria mitologia, que estamos diante de um intrincado emaranhado de história, simbolismo e alegorias. E é realmente tentador pensar na possibilidade de encontrar a chave que nos levaria ao entendimento da gênese do nosso ser, material e espiritualmente, não é mesmo?
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