A Igreja de Jesus Cristo dos primeiros dias não era como você imagina!
- ojornaleiro5
- Feb 26
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Qual seria a prática religiosa do Filho de Deus, um Judeu “desgarrado” num mundo onde o Cristianismo ainda não existia?

Já declarando meu respeito e reverência aos credos que aqui podem ser mencionados, reforço que esta reflexão vale no sentido da busca particular de cada alma que, vivenciando uma experiência desafiadora neste mundo, busca compreender seu propósito, seu caminho, sua forma de expressar sua religiosidade.
Vou me ater à apenas 3 singelas ideias sobre como seria a prática religiosa daquele que é a síntese de toda religião. A primeira, de Jesus com apenas 12 anos, ficando no Templo para conversar e fazer perguntas aos doutores da lei religiosa, mas deixando seus pais preocupados por não terem visto ele por 3 dias. Esta passagem é contada em Lucas 2:41–52, da qual reproduzo o seguinte trecho:
49 “Mas que necessidade tinham de procurar-me?”, disse-lhes. “Não calcularam que estaria aqui no templo, na casa do meu Pai, pois preciso tratar dos seus assuntos?” 50 Mas eles não entenderam o que lhes dizia.
Interessante notar que mesmo José, pai terreno de Jesus, descendente da casa real de Davi (o próprio Jesus apresenta sua genealogia como sendo de Abraão até José) e Maria (que além da mesma linhagem real, recebeu a anunciação de um Anjo), não compreendiam ali o que Jesus lhes dizia, sobre a importância de ele estar no Templo.
E quando Jesus afirma que seus assuntos estão no templo, me é inevitável pensar que, se a obra do Cristo demandou a presença no Templo de Jerusalém, que se dirá de uma “alma muito menos espiritualizada” como a minha? Me parece que o Templo de Jerusalém precisa ser encontrado, e lá precisamos buscar esta comunhão divina pois, fora dele, não tratamos dos assuntos do Pai.

Já aos 30 anos vemos o Batismo de Jesus por João Batista. Em Mateus 3:13–15 vemos assim:
13 Então Jesus veio da Galiléia ao Jordão para ser batizado por João. 14 João, porém, tentou impedi-lo, dizendo: “Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?” 15 Respondeu Jesus: “Deixe assim por enquanto; convém que assim façamos, para cumprir toda a justiça”. E João concordou.
João Batista é um personagem tão interessante quanto importante — fundamental. Primo intermediário de Jesus, também teve seu nascimento anunciado pelo Anjo Gabriel, o que fez seu pai Zacarias duvidar e ficar gago, em consequência, até que a cura veio ao pronunciar o nome de seu filho no Templo. A dúvida advinha do fato da mãe de João, Isabel, já ter ao redor de 60 anos quando engravidou.
João era também um desgarrado. Pregava a importância do arrependimento e a vinda do Messias e é o primeiro a reconhecer Jesus como o Filho de Deus, rompendo assim de certa forma, com a Tradição Judaica.
Nesta passagem vemos que Jesus, mesmo sendo o Filho de Deus, não burlava a Lei, mas a cumpria. E que é fundamental na evolução da alma neste mundo que a justiça se cumpra e que as etapas necessárias, como o batismo das águas no Jordão seja realizado.

Por fim, aos 33 anos, Jesus já na plenitude de seu Sacerdócio entra em Jerusalém como Rei e, direcionando-se ao Templo, se depara com uma lastimável realidade. Em Mateus 21:12–13 vemos:
12 E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; 13 E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões.
E com esta passagem concluo que Jesus viveu intensamente sua religião, uma religião muito íntima, elevada e distinta do que eram e do que viriam a se tornar as instituições religiosas. E que essa Religião professada por Jesus, dentre tantos elementos, apontamos 3 fundamentais aqui: a dedicação ao aprendizado e ao trabalho no Templo de Jerusalém, a casa do Pai; o respeito e a prática da tradição religiosa que prega o arrependimento e destina as almas ao caminho da Luz, a partir do Batismo no Jordão; a realização de uma obra de Oração, abnegada, em benefício do próximo, sem barganhas nem negociatas em nome de nenhuma divindade.
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